quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

4-COLÔNIA AGRÍCOLA DO DISTRITO FEDERAL

3-COLÔNIA PENAL CÂNDIDO MENDES

Antes da Colônia Agrícola do Distrito Federal-CADF, foi instalado, na Vila do Abraão, a Colônia Penal Cândido Mendes em 1941. Essa instituição carcerária tinha como objetivo receber presos de bom comportamento e que já tivessem cumprido metade da pena.  Seguia os mesmos princípios da Colônia Correcional Dois Rios: reabilitação pelo trabalho e ensinamentos morais”. São poucas as documentações sobre esse presídio.


4-COLÔNIA AGRÍCOLA DO DISTRITO FEDERAL
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A história da criação da Colônia Agrícola do Distrito Federal, está muito ligada ao arquipélago de Fernando de Noronha, que antes de se tornar o paraíso turístico e ecológico de hoje, foi usado como uma Colônia Correcional, para presos comuns, vindos de Pernambuco até 1938 e daí em diante até 1942, abrigava apenas presos políticos do Estado Novo. A Vila dos Remédios era o principal núcleo.Em 1942 o presídio foi extinto para a instalação de uma base americana durante a 2ª guerra mundial, sendo sua administração, funcionários , familiares e alguns presos políticos transferidos para recém inaugurada Colônia Agrícola do Distrito Federal que herdou as terras, as edificações e os funcionários da antiga Colônia Correcional Dois Rios – CCDR, na Ilha Grande.Os funcionários, familiares e presos políticos foram transportados, de Fernando de Noronha para a Ilha Grande, por um  navio  mercante brasileiro, numa viagem direta em plena  época de  guerra!. Essa saga, vai merecer um capítulo à parte que em breve editarei.

Quando chegamos, já se encontravam no novo presídio vários presos políticos e uma parcela de presos comuns. Entre os presos políticos tínhamos militares, engenheiro, professores, médicos, entre outros, que participam da vida administrativa da Colônia e possuíam algumas regalias.
Os funcionários vindos de Fernando de Noronha, logo se integraram com os  funcionários da antiga administração, e alguns mantiveram a mesma função exercida em Noronha .Um fato curioso e até certo ponto engraçado, era que a totalidade dos funcionários, oriundos de Noronha, ou eram gaúchos ou nordestinos que entretanto mantinham uma convivência pacífica… creio.Como explicação para a presença de gaúchos em Noronha e consequentemente em Dois Rios, deve-se a ditadura do gaúcho Getúlio Vargas que permaneceu no poder de 1930 a 1945.


O primeiro Diretor, também vindo de Noronha, foi o Coronel Nestor Veríssimo que vai merecer um capítulo à parte   aqui no nosso Blog. O Coronel Veríssimo não chegou a exercer a função por muito tempo, pois morrera pouco tempo depois da sua nomeação,como diretor  do novo presídio. Depois disso a nomeação dos novos diretores que o sucederam obedecia a critérios  políticos. Vale salientar que dentro do Ministério da Justiça, na época, o cargo de Diretor da Colônia Agrícola era considerado um cargo importante.
São essa as minhas lembranças de infância e adolescência vividas num lugar paradisíaco tranquilo , apesar do presídio. Havia muita camaradagem entre funcionários, sendo que o Cassino, hoje abandonado, era o ponto de reunião de todos. Ali ocorreram festa e bailes carnavalescos memoráveis. Hoje, pelo que acompanho, a Vila está em total abandono  pelo descaso de nossos políticos. O presídio foi  “implodido” pelo governador Brizola em 1994 e suas ruínas,  servem de visitação de alguns turistas ocasionais que por lá passam..

AntigoAdmPresidioVelho
Foto do antigo prédio da administração da Colônia Correcional Dois Rios. O prédio ficava no final  da alameda das palmeiras e no lado direito na  entrada da Colônia.

dois rio 2
dois rios
dois rios 3
As fotos acima já foram editadas,  são foto bem antigas que mostram o cuidado que a administração tinha pelo lugar. Tudo muito limpo e organizado.

5 comentários:

  1. Elisa Maria Medeiros Silva18 de junho de 2011 às 14:21

    Linda, maravilhosa. Tudo do tempo que vivenciei. Meu pai foi Diretor da Colonia Agricola. Francisco Lobo DE medeiros. Foi Vice em1956 edepois foi diretor.Bons tempos. Tudo igual nas fotos. Clube, CasaVisitas(Barra Pequena), Casa Diretor,tomava 4 quarteirões. Os internos trabalhavam lá em casa. Copeiro,Cozinheiro, Jardineiro etc... Pessoas boas apesar de terem cometido erros, eram de bom convivio.Agradeço a Deus pela oportunidade e a meu papai onde quer que ele esteja.É a nossa Ilha da Fantasia.Quem limpava tudo eram os internos. Fiquem com Deus todos que habitam e passaram por ai.

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  2. Elisa, entre em contato conosco deixando seu E Mail. Seu pai, Dr. Medeiros, foi um bom diretor num período de ouro da Colônia. Não deixe de entra em contato

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  3. Boa tarde, Souza Neto. Estou fazendo uma pesquisa sobre o presídio e gostaria de estar em contato contigo para conseguir algumas informações sobre a época. Atenciosamente, Bruna Gentil.

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  4. Antônio Barros Júnior17 de novembro de 2016 às 11:42

    Sou gerado, nascido e criado na Colônia / Vila Dois Rios. Estudante de Licenciatura em Turismo pela Uerj/Ufrrj, através do Polo Cederj Angra dos Reis. Meu trabalho de conclusão de curso será sobre estas ricas histórias. Meu pai trabalhou nas décadas de 80 e 90 até o fim do sistema penal com a implosão pelo Brizola em 94, que assisti ao vivo. Parabéns pelo seu blog!!!

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  5. meu avô foi farmaceutico do presidio até 1959. Meu pai chegou a morar la com a familia, o nome dele era Horácio Moreira.

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